Sobre A Superioridade das Plantas

 

   Imagem: pexels.com/veeterzy


Tão superior são essas formas de vida. Mas por que seriam? Por que dizer isso? Tudo o que existe nesse mundo existe tão somente para a manutenção da vida, incluindo a própria vida. Essa é a vida que começou o mundo, muito antes do sonho humano, é a vida que se estende por mais de mil anos, é a vida que restará quando tudo o que conhecemos acabar.

No mundo da ciência se fala muito sobre a ideia de cadeia alimentar, como se alimento fosse o objetivo de toda a vida, mas não pode ser, pois alimento é somente uma das necessidades da vida. A ideia de cadeia alimentar também reflete outra questão, que não pode também ser posto como a máxima da existência da vida, a ideia de uma vida ser superior a outra simplesmente pelo que come, somos todos formados pelas mesmas coisas. Nos consumimos constantemente.

O homem, todo poderoso, é a mais fraca das espécies, é a mais pobre em vida, a mais miserável, a mais odiosa. Veja o que o homem fez com a vida, veja no que o homem tem transformado a vida. Estamos tão distantes do nosso propósito.

Existem duas faces na moeda do poder, vida e morte, aquela que te faz cumprir o propósito e aquela que te faz seguir no caminho oposto. A face da vida cobra dos animais o propósito da existência, a face da morte cega um animal ao poder. Morte é alienação baseada em medo. A vida, que é eterna, é o poder. O que fazemos com o poder é o que define a grandeza de uma vida. O objetivo da vida não é a morte, não é o poder, muito menos é alimentar-se. São apenas ferramentas para aqueles que vislumbram a face da vida, de quem busca viver genuinamente.

Na pirâmide dos predadores o homem ocupa o topo, acima das bactérias e protozoários, isolado no estreito topo do ego, em seu estilo de vida parasita. Uma espécie que venera a morte como o ápice de uma vida não pode reinar sobre todas as outras. Extinção parece o melhor dos fins.

Por isso tão superiores são as plantas, pois não necessitam de morte para viver, não necessitam de deformações do espaço, ocupam apenas o que é necessário para que vivam, e ali permanecem, vivas. Se alimentam do que já existe, produzindo o alimento que comem, sem morte, através de sol, água, minerais, e em troca contribuem com o equilíbrio de tudo, desde suas veias revirando o solo para que mais vida possa acessar aquele terreno, até o simples respirar, equilibrando aquilo que o homem insiste em desregular, o ar.

Quem cumpre melhor os objetivos da vida senão as plantas? A vida existe para a vida e não para a morte. Existe pela harmonia e não pelo caos. Existe pelo equilíbrio e não pela instabilidade. O ego que leva o homem a capacidade de transformar o mundo é tão inferior a simples existência imóvel de uma vida inconcebivelmente superior.

Nunca chegaremos nesse patamar, nem mesmo os outros mamíferos ou os répteis, que já tiveram sua chance. Mas ignorando o exemplo dessa vida perfeita, pelo ego, nos manteremos para sempre no caminho oposto ao propósito da existência da vida, a morte.

Tudo na vida tem seu tempo. Se não compreende o tempo da vida, como pode compreender o maior dos mistérios, a própria vida? O maior dos milagres. Que no sétimo dia, existia apenas a vida, em sua magnitude, no ápice.

 A vida nunca cessa, apenas se renova, se transforma em mais vida, como tudo nesse universo. O ego não pode cessar a vida, ainda que nos faça ir no caminho oposto. Nenhuma fortuna compra a vida, pois a vida não é fabricada. A vida é e sempre será vida, com ou sem nós.

Soberana são as leis da natureza, que nenhum homem é capaz de alterar, que nenhuma lei humana é capaz de sobrepor. Viva por essas leis e terá a vida, a verdadeira vida. Uma sinfonia sem fim, harmônica, equilibrada, bela. Puramente vida, o tempo todo vida, apenas pela vida, para continuidade da vida, de toda a vida, como fazem tão perfeitamente as plantas.

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